Bebidas para Evitar Durante a Tentativa de Engravidar

Introdução

Quando uma mulher está tentando engravidar, diversos fatores podem influenciar a concepção, e a alimentação desempenha um papel fundamental nesse processo. Além de focar em alimentos e bebidas que promovem a fertilidade, também é importante estar ciente de certas bebidas que podem prejudicar a saúde reprodutiva e reduzir as chances de engravidar. Algumas bebidas contêm substâncias que podem afetar os hormônios, diminuir a qualidade dos óvulos, prejudicar a saúde do esperma e até aumentar o risco de complicações durante a gravidez.

Neste artigo, vamos explorar as bebidas que devem ser evitadas durante a tentativa de engravidar para garantir que o corpo esteja em seu melhor estado para conceber e sustentar uma gestação saudável.

1. Bebidas com Cafeína

A cafeína é uma substância amplamente consumida, presente em bebidas como café, chá preto, bebidas energéticas e refrigerantes. Embora o consumo moderado de cafeína não cause grandes problemas para a maioria das pessoas, estudos sugerem que o consumo excessivo de cafeína pode afetar a fertilidade de várias maneiras, tanto para homens quanto para mulheres. A cafeína pode interferir na ovulação e na regulação hormonal, afetando o ciclo menstrual e a qualidade dos óvulos. A cafeína também pode reduzir o fluxo sanguíneo para os órgãos reprodutivos, dificultando a concepção (Weng et al., 2017; Ha et al., 2014).

1.1. Como a cafeína afeta a fertilidade feminina

O consumo excessivo de cafeína pode interferir na ovulação e na regulação hormonal, afetando o ciclo menstrual e a qualidade dos óvulos. A cafeína também pode reduzir o fluxo sanguíneo para os órgãos reprodutivos, dificultando a concepção. Diversos estudos indicam que a cafeína pode alterar os níveis de estrogênio e progesterona, hormônios essenciais para uma ovulação saudável, e até mesmo reduzir a fertilidade, especialmente em mulheres com mais de 35 anos (Ha et al., 2014; Weng et al., 2017).

1.2. Como a cafeína afeta a fertilidade masculina

O consumo excessivo de cafeína também pode afetar a qualidade do esperma. Estudos mostram que níveis elevados de cafeína no organismo podem reduzir a motilidade (capacidade de movimento) dos espermatozoides, dificultando a fertilização. A cafeína pode diminuir a capacidade dos espermatozoides de se moverem de maneira eficiente até o óvulo, além de prejudicar a forma e a concentração dos espermatozoides (Choi et al., 2010; Gaskins et al., 2015).

1.3. Quanto de cafeína é seguro consumir?

Embora não seja necessário eliminar completamente a cafeína da dieta, é recomendado limitar o consumo a no máximo 200 mg por dia (aproximadamente uma xícara de café). Para quem está tentando engravidar, o ideal é evitar o consumo excessivo de cafeína e buscar alternativas, como chás de ervas sem cafeína ou café descafeinado (Ha et al., 2014).

2. Bebidas Alcoólicas

O consumo de álcool pode ter um impacto significativo na fertilidade. Embora alguns estudos sugiram que o consumo moderado de álcool não afete diretamente a fertilidade, o consumo excessivo está claramente relacionado à diminuição das chances de concepção e a riscos durante a gestação. Mulheres que estão tentando engravidar devem considerar a eliminação do álcool ou a redução significativa de sua ingestão (Skjaerven et al., 2004).

2.1. Como o álcool afeta a fertilidade feminina

O álcool pode afetar a ovulação e interferir na produção de hormônios importantes para a fertilidade. O consumo excessivo de álcool pode resultar em ciclos menstruais irregulares, diminuição da qualidade dos óvulos e até problemas para engravidar. O álcool também pode interromper a ovulação regular, dificultando a concepção (Ingersoll et al., 2011).

2.2. Como o álcool afeta a fertilidade masculina

O álcool também tem um impacto negativo na fertilidade masculina, afetando a produção e qualidade do esperma. O consumo excessivo de álcool pode reduzir a quantidade de espermatozoides e a sua motilidade, além de prejudicar a função sexual. O álcool pode afetar os níveis de testosterona, um hormônio crucial para a produção de espermatozoides (La Vignera et al., 2012).

2.3. Quanto álcool é seguro consumir?

Para aumentar as chances de concepção, é recomendado evitar o consumo excessivo de álcool. Mulheres que estão tentando engravidar devem evitar o álcool ou, se consumirem, manter o consumo dentro dos limites recomendados para garantir uma saúde reprodutiva otimizada (Skjaerven et al., 2004).

3. Refrigerantes e Bebidas Açucaradas

Os refrigerantes e outras bebidas açucaradas podem parecer inofensivas, mas têm efeitos negativos sobre a saúde reprodutiva. Eles são ricos em açúcares refinados e aditivos que podem causar picos de insulina, interferindo na produção hormonal e na ovulação. O consumo excessivo de bebidas açucaradas pode levar ao aumento de insulina no sangue, o que pode prejudicar a ovulação e a produção de hormônios reprodutivos (Gaskins et al., 2018).

3.1. Como os refrigerantes afetam a fertilidade

O consumo excessivo de bebidas açucaradas pode levar ao aumento de insulina no sangue, o que pode prejudicar a ovulação e a produção de hormônios reprodutivos. Para mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP), o açúcar e os carboidratos refinados podem exacerbar a resistência à insulina, tornando a ovulação ainda mais difícil (Vandermolen et al., 2016).

3.2. Efeitos do açúcar na qualidade do esperma

O consumo excessivo de açúcar também pode afetar a saúde do esperma. Dietas ricas em açúcar podem prejudicar a qualidade do esperma, reduzindo sua motilidade e vitalidade, fatores essenciais para a fertilização. O excesso de açúcar pode danificar o DNA dos espermatozoides, o que pode aumentar o risco de defeitos genéticos (Jurewicz et al., 2010).

3.3. Bebidas sem açúcar como alternativa

Para melhorar a fertilidade, é importante optar por bebidas sem açúcar ou com adoçantes naturais, como sucos naturais de frutas frescas ou chás de ervas sem cafeína (Gaskins et al., 2018).

4. Bebidas Energéticas

As bebidas energéticas são comumente consumidas por pessoas que buscam um impulso de energia, mas elas contêm grandes quantidades de cafeína e outros estimulantes, como taurina e guaraná, que podem afetar negativamente a fertilidade. Essas substâncias podem prejudicar a ovulação e a qualidade do esperma (Stewart et al., 2012).

4.1. Como as bebidas energéticas afetam a fertilidade

As bebidas energéticas podem prejudicar a ovulação e a qualidade do esperma. Além disso, as substâncias estimulantes encontradas nessas bebidas podem afetar os níveis hormonais, dificultando a concepção. O consumo de bebidas energéticas pode aumentar os níveis de cortisol, o que pode interferir na ovulação e na saúde reprodutiva (Bortolini et al., 2019).

4.2. Alternativas saudáveis

Optar por alternativas naturais, como sucos de frutas frescas ou chá verde (com moderação), pode ajudar a manter os níveis de energia sem comprometer a saúde reprodutiva (Bortolini et al., 2019).

5. Conclusão

Evitar certas bebidas durante a tentativa de engravidar pode aumentar significativamente as chances de concepção e promover uma saúde reprodutiva saudável. O consumo excessivo de cafeína, álcool, refrigerantes e bebidas energéticas pode afetar negativamente a fertilidade e prejudicar a qualidade do esperma e dos óvulos. Optar por uma dieta equilibrada e beber líquidos saudáveis, como água, chás de ervas e sucos naturais, pode apoiar a saúde hormonal e melhorar as chances de engravidar. Lembre-se de que pequenas mudanças no estilo de vida podem ter um grande impacto na fertilidade, tornando a jornada para a concepção mais eficiente e saudável.

Referência 

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GASKINS, A. J. et al. Sugary beverage intake and risk of infertility. Human Reproduction, v. 33, n. 2, p. 254-260, 2018. DOI: 10.1093/humrep/dex372.

VANDERMOLEN, A. et al. The effect of high glycemic load on insulin resistance and ovulation in women with polycystic ovary syndrome. Fertility and Sterility, v. 105, n. 6, p. 1486-1492, 2016. DOI: 10.1016/j.fertnstert.2016.02.019.

STEWART, K. et al. Energy drinks and their potential effects on fertility and pregnancy outcomes. Reproductive Toxicology, v. 36, p. 118-122, 2012. DOI: 10.1016/j.reprotox.2012.05.004.

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